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Foto do escritorKayque Antonioli

Detetive de si mesmo: a força imanente do sangue italiano

Atualizado: 30 de nov. de 2022

A Itália é um país que desde sempre despertou em mim sentimentos muito marcantes.


As lembranças daquela terra distante que a minha bisavó detalhava em conversas na varanda quando eu era criança; a comida preparada no seio familiar; e as aulas de história na escola onde assuntos como “Roma” e “fluxos imigratórios”, de alguma forma, me davam a sensação de que me diziam respeito diretamente.


Ainda me lembro da vontade, aos 10 anos de idade, de aprender aquela língua ao mesmo tempo bonita e “meio engraçada”, e da sensação de querer agarrar pelas mãos aquele legado que eu já sentia meu, porque dentro de mim, mas que ao mesmo tempo precisava ser materializado e palpável, algo que pudesse servir como o fio condutor de uma mesma história que conecta o passado e o futuro; algo que representasse tudo aquilo que se refere à tradição e ao resgate de um legado.


Tudo aquilo que se refere ao que fomos porque, de algum modo, reflete o que somos; tudo aquilo que, em suma, repleto de simbolismo, ganha vida de fato quando pegamos pela primeira vez nas mãos o nosso passaporte vermelho.


Garimpar a história da nossa própria existência facilmente se transforma em hobby.

Ser detetive de si mesmo rapidamente ganha contornos de desafio e projeto interior.

A busca pelos documentos se transforma instantaneamente em pesquisa incessante e fonte de prazer.

O reconhecimento da própria cidadania italiana passa a ser um objetivo de vida cuja meta não se encerra em si mesma, mas que invariavelmente é repleta de significados.


E quando esse dia tão esperado finalmente chegou na minha vida - mais precisamente em 12/03/2020 - a Itália se transformou definitivamente no meu lugar no mundo. Algo que eu já sentia desde o momento em que cheguei aqui pela primeira vez, mas que a partir daquele instante e do momento em que segurei o meu passaporto italiano nas mãos, ganhou ares de completude, de vitória e de conquista.


E o que parecia ser o fim da estrada logo se mostrou ser apenas o início.


Meu processo chegara ao final, mas era evidente que eu não poderia simplesmente deixar de fazer parte deste universo. Eu gosto demais desse assunto para não me manter envolvido com ele de alguma forma.

E foi assim que eu decidi fazer parte do Ciclo do Extraordinário, iniciativa promovida pelo Fabio Barbiero (www.minhasaga.org), me tornei seu aluno e hoje trabalho, em parceria com a Eloá, como buscador de documentos na Itália.


A satisfação que dá contribuir para que pessoas, que têm a mesma paixão que eu, sentir a mesma coisa que eu senti quando reconheci a minha cidadania italiana é o mais puro reflexo do que significa ter propósito.


Assim, convido a todos que têm o direito ao reconhecimento da cidadania italiana a fazer parte também desta tribo. Esteja certo, você não irá se arrepender.


No que eu puder ajudar, estou à disposição.


Un abbraccio,

Kayque Antonioli





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